quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

 

 

 

AS PALAVRAS

 

Estão-se despindo as árvores no meu quintal

Parece que morrem devarinho

Mas não

Poupam-se

como os ursos nas grutas

Como os discursos que se guardam

Por serem certeiros demasiado

Para serem ditos.

Inúteis as palavras

Quando não há ouvidos para ouvirem.

Quanto mais gritares, menos te ouvem.

Protege-te debaixo da chuva,

Porque é lá fora que está a ameaça.

 

 

 

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