segunda-feira, 22 de maio de 2023

Poema- Uma tarde

 

Uma tarde de verão

 

De repente o céu estremece

Um bando de estorninhos evolui

Em danças acrobáticas

Cuja perfeição só eles dominam

A criança esbraceja toalhas de azul

E já se esqueceu do melro no salgueiral

 

Devaneio, a mente é um pássaro livre

Imagino a reconciliação do belo e do bom,

Do particular e do universal,

Daquele tempo em que as coisas eram coisas

Apenas,

E se trocavam por outras coisas.

 

Não escarneço, nem desprezo,

Somente grande é o oceano

E infinito talvez o universo.

Talvez.

Aos pés um rio de formigas

Sabem para onde vão, sabem sempre.

 

Mesmo ao pé pousa atrevida

Uma garça-azul vigiando o chão

Quisera que viesse por mim

porém foge se lhe estendo a mão.

 

Se tudo fosse o melhor, que seja assim:

Simples, e lógico e natural,

O mel na ordem das colmeias

E no oceano a amargura do sal.

 

  - Nozes Pires -

10/07/2022

 

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário