Uma tarde de verão
De repente o céu estremece
Um bando de estorninhos evolui
Em danças acrobáticas
Cuja perfeição só eles dominam
A criança esbraceja toalhas de azul
E já se esqueceu do melro no salgueiral
Devaneio, a mente é um pássaro livre
Imagino a reconciliação do belo e do bom,
Do particular e do universal,
Daquele tempo em que as coisas eram coisas
Apenas,
E se trocavam por outras coisas.
Não escarneço, nem desprezo,
Somente grande é o oceano
E infinito talvez o universo.
Talvez.
Aos pés um rio de formigas
Sabem para onde vão, sabem sempre.
Mesmo ao pé pousa atrevida
Uma garça-azul vigiando o chão
Quisera que viesse por mim
porém foge se lhe estendo a mão.
Se tudo fosse o melhor, que seja assim:
Simples, e lógico e natural,
O mel na ordem das colmeias
E no oceano a amargura do sal.
- Nozes Pires -
10/07/2022
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